ERECHIM
Santíssima Trindade: Comunhão de amor – Voz da Diocese
   
Jesus é o Filho de Deus, enviado pelo Pai

Por Bispo Diocesano Dom Adimir Mazali
14/06/2025 16h45

Minha saudação aos irmãos e irmãs que acompanham a Voz da Diocese. Desde a Páscoa até o Pentecostes vivenciamos o Tempo Pascal, no qual celebramos a ressurreição de Jesus Cristo. O Tempo Pascal culminou com as Solenidades da Ascensão do Senhor ao Céu e com a vinda do Espírito Santo sobre os Apóstolos – o Pentecostes. Com a Páscoa, vivemos um grande momento da História da Salvação. Na sequência do Tempo Pascal, celebramos, neste domingo, a Solenidade da Santíssima Trindade: um Deus em três Pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Essa é uma verdade fundamental da fé cristã, expressa muitas vezes por palavras e gestos, na liturgia, na oração particular, no sinal da cruz que fazemos todos os dias. A nossa fé cristã é essencialmente trinitária.

Prezados irmãos e irmãs. O povo de Israel, antes de Jesus, recorria a Deus como Pai. Israel compreendeu Deus como Pai, criador e libertador: “És tu, Senhor, nosso Pai, o nosso libertador; teu nome é eterno” (Is 63,16b). Jesus é o Filho de Deus, enviado pelo Pai “para que o mundo seja salvo por ele” (Jo 3,17). Por isso, em seu ministério, Jesus chamava Deus de Pai. Na Última Ceia, Jesus disse aos discípulos: “Saí do Pai e vim ao mundo; [...] deixo o mundo e vou para o Pai” (Jo 16,28). À Filipe, Jesus disse: “Quem me viu, viu o Pai. Como podes dizer: ‘Mostra-nos o Pai?’ Não crês que eu estou no Pai e o Pai está em mim? [...] Crede-me: eu estou no Pai e o Pai está em mim” (Jo 14,9-11). E assim Jesus rezou: “Pai, chegou a hora: glorifica teu Filho para que teu Filho te glorifique” (Jo 17,1).

O Evangelho deste domingo (Jo 16,12-15) nos apresenta Jesus na Última Ceia falando aos discípulos a respeito da missão do Espírito Santo. Jesus deu a conhecer tudo o que ouviu do Pai. Porém, muitas coisas que Jesus havia anunciado os discípulos só compreenderam depois de sua ressurreição (Jo 8,27). É esta a missão do Espírito Santo: conduzir a comunidade cristã à plena verdade: “Quando vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade” (Jo 16,13) disse Jesus. E a plena verdade, para o Evangelho de João, é dar continuidade às ações libertadoras e salvadoras de Jesus.

Assim, com Jesus podemos conhecer o jeito de ser de Deus Pai: é um Deus compassivo (Lc 6,36; 15,20b), de ternura, vai ao encontro das pessoas, ama e quer salvar (Lc 15,4-10). Os discípulos foram enviados por Jesus como missionários do Deus Trindade: “Ide fazer discípulos entre todas as nações e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19). 

Caríssimos irmãos e irmãs. A Sagrada Escritura revela, portanto, que Deus é um Mistério insondável. Deus é a Trindade Santa: um Deus em três Pessoas, havendo uma íntima comunhão entre as três Pessoas da Santíssima Trindade. Essa unidade se constitui pela abertura essencial de uma Pessoa à outra, sendo as três Pessoas eternas, iguais e onipotentes. Cada Pessoa da Santíssima Trindade está aberta para as outras, está com as outras e está nas outras Pessoas. Por isso Jesus disse: “Quem me viu, viu o Pai [...] Eu estou no Pai e o Pai está em mim” (Jo 14,9.10); “Quando vier o Paráclito, que vos enviarei de junto do Pai, o Espírito da Verdade, que vem do Pai, ele dará testemunho de mim” (Jo 15,26).

Por isso, a fé em Deus Trindade nos remete a viver em comunidade. Assim como há uma íntima comunhão entre as três Pessoas da Trindade Santa, nós, feitos “à sua imagem e semelhança” (Gn 1,26-27), somos convidados a viver esta mesma comunhão entre nós, na família e na comunidade. Somos batizados “em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo”. Ser batizado implica seguir Jesus, vivendo a mesma comunhão trinitária.

Irmãos e irmãs. A festa da Santíssima Trindade nos convida, portanto, a superar todas as formas de divisão e a viver a comunhão, sobretudo, na família e na comunidade. Superando todas as barreiras que nos afastam, construímos uma comunhão de fé e vida, pois, nada mais gratificante do que uma vida vivida na comunhão e na esperança, guiados pela mesma fé em Deus que nos ama e quer bem, como seus filhos e filhas, amando-nos mutuamente. Seja esta festa da Santíssima Trindade um marco de mudança e transformação em nossos relacionamentos.

Deus abençoe a todos e bom domingo.

Dom Adimir Antonio Mazali - Bispo Diocesano de Erechim – RS


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