Pouco mais de 20 anos se passaram da maior tragédia de Erechim. No dia 22 de setembro de 2004, um acidente com um ônibus escolar vitimou 17 pessoas - 16 estudantes e uma monitora morreram quando o veículo saiu da estrada de chão que cortava a barragem da Corsan, caiu no lago e afundou, no Povoado Argenta, interior de Erechim.

Nesta terça-feira (10), aconteceu o ato de entrega do Memorial que faz homenagem às vítimas, que fica em um Largo da Praça Prefeito Jayme Lago. A solenidade foi acompanhada por diversas autoridades, como o prefeito Paulo Polis, vice-prefeito Flávio Tirello, presidente da Câmara de Vereadores, vereador Jurandir Pezzenatto, vereador que propôs o memorial, Claudemir de Araújo, secretária de Cultura e Esporte, Carla Talgatti, entre outros secretários, vereadores, familiares das vítimas e imprensa.

O memorial foi construído pela proposta do vereador Claudemir de Araújo (Progressistas), que destinou o valor de R$ 70 mil reais, através de Emenda Impositiva, para contratação do projeto e execução, com tramites que foram realizados pela Secretaria Municipal de Cultura e Esporte.

Memorial

O memorial é uma autoria do artista Harrysson Testa. As 17 vítimas são representadas por 17 lápis que, juntos, têm o formato de cátedra. A obra conta ainda, com cubos em metal, um grande anjo em aço inox e um livro aberto contendo os nomes das vítimas.

“Nada mais justo que este memorial esteja aqui. É uma data difícil de relembrar, mas que sirva de reflexão para que tragédias assim nunca mais aconteçam. Ficamos felizes pelo poder público ter abraçado esta ideia”, disse o vereador Araújo durante a inauguração, acompanhado pelo presidente da Câmara de Vereadores, vereador Jurandir Pezzenatto. “Essas crianças e a monitora que foram vitimadas sempre serão lembradas, e este local certamente fará a população refletir e ajudar a evitar outros acidentes”, comentou o presidente.

Representando as famílias, Cleci Vezzaro classificou a ocasião como “um momento de dor e alegria”. Para a mãe do menino Lucas, que ajudou a salvar amigos e colegas, mas acabou não sobrevivendo, é importante que a tragédia e as vítimas nunca sejam esquecidas. “Tenho certeza que o Lucas e seus amigos que partiram estão agradecendo a nós, a todos que aqui estão. Certamente eles estão felizes, pois não foram esquecidos. Peço a Deus que todas mães que perderam seus filhos sintam que eles estão juntos de nós todos os dias, sempre”, declarou.

O prefeito Paulo Polis refletiu que o acidente é uma lembrança permanente da história de Erechim, mas que, apesar das dores, “a vida sempre se renova”. “Nós sabemos que a dor é de quem dói, mas essa dor também serve para contar um pouco de nossas histórias ao longo destes 106 anos. Em meio a muitas alegrias, existem feridas, como essa, que não cicatrizam. Que tenhamos evoluído para que isso nunca mais aconteça, o cuidado que precisamos ter deve ser lembrado. Infelizmente pagamos um preço muito pesado para aprendermos isso. Não é simples, mas fiquem firmes e fortes, pois a vida sempre se renova e eles jamais serão esquecidos”, afirmou o prefeito Polis.