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Freio de Ouro dividido entre Brasil e Uruguai na Expointer 2025 |
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Participação de 96 conjuntos inscritos |

A disputa pelo freio de ouro 2025 ocorreu neste sábado (09/06), na Pista da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), na Expointer. Uma das mais tradicionais provas do cavalo crioulo e uma das mais esperadas da Expointer, a disputa conta com a participação de 96 conjuntos inscritos, sendo 48 fêmeas e 48 machos. O público acompanhava de perto toda a competição.
"O Freio de Ouro é mais do que uma competição, ele é um símbolo da identidade gaúcha. Com a arena lotada, celebramos o cavalo crioulo, orgulho do nosso Estado e patrimônio da nossa cultura. Na Expointer, mostramos ao Brasil e ao mundo que as raízes do Rio Grande apresentam vivas e cada vez mais fortes", destacou o vice-governador, Gabriel Souza.
(Vice-governador Gabriel Souza acompanhou o Freio de Ouro, na ABCCC, em Esteio - Foto: Joel Vargas/GVG)
Os campeões
Bi-grande Campeã da Exposição do Prado, a fêmea gateada Índia Envenenada Del Chamame (Box 25) somou 20.770 pontos e levou o Freio de Ouro 2025 para o Uruguai, em uma tarde de arquibancadas lotadas e torcida animada, na Expointer. A égua “doble chapa” é filha de Basco Veneno e Indiecita Del Chamame e foi credenciada para a final em terras gaúchas, quando assegurou o Bocal de Bronze, na mesma pista onde correu, neste sábado (09/06), em Esteio (RS). Conduzida pela ginete Gabriel Viola Marty, ela convenceu tanto pela excelência morfológica, quanto pela exigência para o serviço de campo. “É uma égua extremamente linda, muito boa na morfologia e na função, que é o que se busca: um cavalo lindo e bom. Ela foi perfeita. Brilhou”, disse o expositor Martin Gurmendez Marquez, que, ao lado do irmão Tomas Marquez, conduz a Cabanha El Chamame, na cidade da Flórida. Emocionado, o ginete declarou seu amor à água: “Hoje, ela foi espetacular e ganhou com sobra”, disseram os detentores de sete Freios de Ouro.
(Campeã do Freio de Ouro Índia Envenenada Del Chamame - Foto: Felipe Ulbrich/ABCCC)
Ciente dos desafios do caminho até a vitória, o proprietário revelou que o circuito estava sendo percorrido com confiança e respeito ao processo. "Chegar a Esteio já é difícil, depois ser finalista e conquistar o prêmio. Viemos confiantes, mas conhecendo o passo a passo, porque se sabe que o Freio de Ouro vai até a última volta", disse Márquez. Pontuando sempre entre os primeiros apresentados nos resultados parciais, a égua iniciou em quinto lugar na Morfologia, depois avançou para a segunda colocação nas provas de Andaduras/Figura/VSP/Esbarradas; primeiro lugar na Mangueira I e quinto no Campo. Neste sábado (06/09), abriu a final com o primeiro lugar na Mangueira II, vencendo também Bayard e Campo II. "Foi merecida porque é muito bonita e fez provas muito boas. Houve um nível muito equilibrado, especialmente entre as fêmeas", referiu o jurado Rodrigo Díaz de Vivar, responsável por determinar as notas entre as fêmeas, juntamente com Mário dos Santos Suñe e Telmo de Oliveira Peixoto.
Harmonia do Açungui (Box 38) garantiu o Freio de Prata com 20.229 pontos. O expositor é Guilherme Wendler da Cabanha Açungui, da cidade de Balsa Nova (PR). A colorada salina carrega a genética do pai Real Invido do Purunã e da mãe, Suntuosa do Purunã, e foi conduzida pelo ginete Fabrício Brunelli Barbosa. O Paraná também conquistou o Freio de Bronze. A colorada douradilha Belle Que Bela (Quadro 08) soma 20.215 pontos e integra o plantel da criadora e expositora Elizabeth Lemanski, da fazenda Paraíso, de Balsa Nova (PR).
(Ópio da Baraúna venceu o Freio de Ouro entre os machos - Foto: Felipe Ulbrich/ABCCC)
O Freio de Alpaca foi para Santa Vitória do Palmar (RS) com Oferenda da Tamanca (Box 32). A douradilha somou 20.179 pontos e tem Chicão de Santa Odessa como pai e Campana Tarimbera como mãe. Montada por Ricardo Gigena Wrege e exposta por Lauro Cardoso Terra e Filhos, da Estância Tamanca.
Entre os machos, Ópio da Baraúna (Quadro 56) fez uma campanha ascendente até a conquista do Freio de Ouro, provando que o coração do crioulista é forte. Atual Bocal de Ouro, é inédito no final do Freio, onde somou 20.218 pontos. “Ele não veio ponteando, mas foi regular e cresceu muito na final hoje”, destacou o jurado Carlos Marques Gonçalves Neto, que fez as avaliações juntamente com Federico Arguelles e Francisco Kessler Fleck, tendo Luciano Corrêa Passos como reserva. A vitória foi comemorada pelo criador Vanderlei Guerra, da Baraúna Agropastoril. "Foi maravilhoso. São 34 anos criando cavalos Crioulos e esse é nosso primeiro Freio de Ouro", disse o crioulo de Arroio Grande (RS). A experiência do ginete tricampeão do Freio de Ouro Raul Teixeira Lima ajudou na conquista. "O cavalo é um concorrente, ele merecia estar no pódio. Eu sabia que tinha um cavalo competitivo e que poderia crescer muito hoje", disse reforçando anos de dedicação e treinamento.
O Freio de Prata foi para Campana Echo a Mano (caixa 91). O cavalo zaino montado por Tomaz Marques Gonçalves e exposto por André Rodigheri, da Cabanha Rodigheri, de Osório (RS), somou 20.183 pontos. O colorado Justiceiro 111 do Imaguare (Box 86) ficou com o Freio de Bronze. Montado pelo ginete Fabrício Brunelli Barbosa, foi exposto pelo Condomínio Justiceiro 111 do Imaguaré, somou 20.150 e leva a genética de Malke Brasão e Tdo Amistad. La Castellana Norteño leva para Goiânia (GO) ou Freio de Alpaca, com 20.030 pontos. O animal do box 89 é filho de Matreiro do Itapororó e Madriguera Névoa e foi exposto por Victor Barbosa Penner, da Cabanha Gameleira, tendo como ginete Eduardo Weber de Quadros.
Confirmando uma tradição que se estende por 44 edições, o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), César Augusto Rabassa Hax, lembra que o Freio de Ouro é mais do que uma competição, é comemorado. “A cada edição temos mais público, mais responsabilidade e fazemos de tudo para dar certo. Quando chega o final da última corrida, que emociona, a gente olha para trás e vê que tudo foi bem feito. Foi um ótimo Freio. Parabéns aos vencedores, a quem chegou até aqui, a todos nós”, comemorou. O ciclo 2024/2025 mobilizou 1.411 conjuntos em oito classificatórias, sendo que apenas 96 habilitaram-se para Esteio e 32 para a grande final deste sábado.